quarta-feira, 5 de outubro de 2016


Nada lhe era mais insuportável do que a repetição do mesmo caminho. Mas, pensando bem, isto acontecia-lhe mais vezes de carro. Talvez tivesse que ver com a velocidade. Quando andava a pé, os caminhos eram sempre diferentes, mesmo quando se repetiam, provavelmente porque os acidentes naturais sobressaiam: uma luz particular ou um risco no céu. Um formigueiro que tinha hoje um desenho diferente. Os encontros. De carro o fantasma do mesmo caminho surgia mais vezes. Andava sempre à aventura, sempre outro, mais outro e outro caminho. Sim, teria a ver com a velocidade. A a percepção do mesmo e do diferente em velocidades e ritmos diferentes varia...

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