terça-feira, 21 de maio de 2024

alguém de quem gosto muito escreveu sobre os seus autores preferidos, tratando-os pelo nome próprio, numa bela homenagem que nos retira dessa maneira sempre desviada da experiência viva que o mundo académico e o mundo em geral têm de se relacionar com as coisas. ou seja, um autor de um pensamento que lhe diz qualquer coisa não é por ele visto como um autor, em abstracto, de um pensamento abstracto, desligado de uma experiência, mas como um amigo, uma forma viva de amizade. gostava de transpor esta sua proposta para o cinema, os filmes. há com os filmes uma relação que se cria, também, que nos melhores casos se pode conceber como uma amizade. a sua forma de vida, um certo ritmo, uma sonoridade, um grupo de crianças que saem de uma ruína, um vento que se faz visível no movimento das searas, o encontro entre duas mãos, um raio verde, ressoam ou não connosco, permitindo ou não que nos misturemos com esses gestos e acontecimentos. para mim é isto. tudo o resto me é cada vez mais indiferente, confesso.

Sem comentários:

Enviar um comentário