há no nevoeiro uma propriedade especial e estranhamente espacial de dar provisoriamente corpo a um vazio. um corpo subtil mas concreto e fecundo, que não se pode ver mas que de uma maneira ou de outra teremos de atravessar. ele afirma-se numa insistência nua, elemento húmido e disposição melancólica que nos atravessam. porém é tão fugaz e tão limpo o seu desaparecer - não deixa traços - que fica apenas o desejo elementar e abstracto do atravessar e do ser atravessado.
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