domingo, 6 de novembro de 2016

nunca no interior da casa

I will never again mention love or death inside a house...*

Não só perante os ciprestes não falarei nunca do amor e da morte no interior da casa
mas posto nos recessos (da terra), a contra-luz e em cor de ébano - está a imagem da noite na retina negra,
pelos nervos obscuros. No anverso
dos ramos a bainha da folha distingue a face sombria
da iluminada, até que a noite as suprime (paisagem) do olhar,
mas nunca na sua memória; nunca no interior da casa,
só no lugar exterior que não a circunde,
nem se implante (nele) (a casa), nem veja a sua direcção
(o vácuo) e, água sob este cipreste, o amor assim como a morte hão-de formar-se
do dom do desespero - dado a lugar mais extenso
com os relevos do solo e as formas livres: desejo, o ter.**

* Walt Whitman. Leaves of Grass.
** Fiama Hasse Pais Brandão. Desejo, o ter.

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